2036
- Renato Cardoso
- 30 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Achei ter acordado em 2036, mas não passava de um terrível sonho. Estava viajando sobre as grandes cidades num tipo de avião supersônico, mas não de guerra e sim de passeio. No mundo havia 10 bilhões de pessoas, um cenário catastrófico, um mundo muito diferente do qual vivemos, mesmo com tão pouco tempo de diferença, afinal são apenas 19 anos no futuro.
Lá, assim como hoje, os bons valores estavam perdidos. A ganância e o ódio ganhavam mais e mais espaço. Não se tinha mais a compaixão e o amor. Os seres humanos viraram feras, verdadeiras máquinas de ódio. Viver em uma grande cidade virou sinal de perigo e sinônimo de morte.
A natureza, cada vez mais fraca, tentava seus últimos esforços para fazer a limpeza no mundo. Tirar aqueles que acabaram com o planeta era extremamente necessário e urgente. Mas os humanos se aniquilavam e aniquilavam tudo ao seu redor. A estimativa de vida era de 40 anos – não pelo índice de doenças, que também era grande, mas pela alta quantidade de mortes por assassinatos por dia.
As pessoas de bem ficaram relegadas as zonas frias do mundo, e lá tentaram, a todo custo, lutar contra o mal vigente. Era o verdadeiro Armageddon. Cidades inteiras foram dizimadas. Países deixaram de existir, territórios delimitados geograficamente por trincheiras. Um verdadeiro caos.
O trabalho era escravo. As ideias eram extremadas. Ninguém sabia mais discutir, ouvir o próximo, ou era aquilo ou era perseguido. As lutas pelo poder eram piores que nas grandes batalhas medievais. A tecnologia cresceu assustadoramente para o mal. Máquinas foram construídas para destruir humanos.
De repente um forte vento soprou, uma grande onda apareceu, a terra mexeu... Seria a Natureza virando o jogo? Acordei assustado, liguei a televisão e, por instante, acreditei não ter sonhado e realmente estar em 2036.
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